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Definição q.b - PRG-PDG (Parte I)

Esta edição do Definição q.b vai levar-nos a conhecer uma figura incontornável, e nem sempre consensual, dos fóruns do Hattrick português. Durante muitos anos fez parte da vida boémia lisboeta e por isso mesmo tem muitas histórias para nos contar. Apertem o cinto e venham daí conhecer o PRG-PDG (6248407)!

1. Apresenta-te, referindo aquilo que achares pertinente acerca de ti e do teu percurso no Hattrick.

João, nascido em 1969, com formação em contabilidade e gestão e má vida. Alto e pesado.
Sou Alfacinha de gema com percurso Santa Maria - Lumiar – Olivais Sul – Santos – Arroios – Olivais Sul – Lumiar – Olivais Sul.

Sendo Alfacinha tenho uma forte ligação para os lados da Beira onde vou sempre passar 2 semanas de férias. Existe lá uma companhia de Teatro que fez o ano passado 30 anos e nasceu na garagem da minha casa de família.

O HT...vaga ideia de ter surgido numa conversa no mIRC ou parecido nos finais 2002, pois só muito mais tarde comecei a conhecer pessoalmente users do HT, estilo janta que o pantera e a mmmiriam me convenceram a ir à Tasca do Demônio.

O jogo em si parecia simples e fácil, tendo perdido as equipas uns meses depois de começar por achar que era como o CM.

Voltei logo a seguir porque, entretanto, já andava entretido com algum pessoal de algumas feds.


2. A tua adolescência foi passada na Lisboa da década de 80. Quais as grandes diferenças que encontras entre esses tempos e os dias de hoje?


As duas primeiras grandes diferenças eram: não tinhas Internet e 1 canal que começava de manhã e outro a meio da tarde e acabavam cedo…

E não me posso queixar muito porque em 79 tive um Atari só com o Pong e no ano a seguir o primeiro Spectrum, fazendo de mim um pequeno empresário no negócio de copiar jogos com o meu duplo deck.

A verdade é que tínhamos muito mais tempo…


3. Do que sentes mais falta dessa Lisboa pós-Revolução dos Cravos, recém entrada na Comunidade Europeia…

Como bom Olivalense dos anos 80 fumador e alcoólico (tínhamos a Tabaqueira, armazéns da Martini e contentores do aeroporto), sendo os passatempos: Incógnito, Tacão, Frágil onde conheci a grande Margarida e mais uns quantos. 3 Pastorinhos, 99 da Barroca e muito RRV [n.d.e: Rock Rendez Vous]

Estava a dar volta às memórias e apanhei isto mais ou menos fidedigno:
• Portugal tinha 9.766.300 residentes, dos quais apenas 0,5% eram estrangeiros
• Mulheres tinham o primeiro filho aos 23,6 anos
• José Cid ganhou o festival RTP da canção com “Um grande, grande amor” e alcançou o sétimo lugar na Eurovisão
• Portugal tinha cerca de 420 cinemas, e o total de espectáculos de música e variedades pouco passava dos 500 num ANO.

Um filme demorava meses a chegar e qualquer concerto era uma festa, sendo que um LP demorava um mês a ouvir…

O Blitz era a Bíblia e os jornais desportivos eram trissemanais e o Domingo desportivo o único programa sobre futebol


4. Em 1989, precisamente no ano em que eu nasci, entraste para o ISCAL, curso de Contabilidade. Apesar de não ter sido a tua primeira escolha, o que é que te levou a considerar sequer essa opção? Ganhamos um contabilista ou perdemos um químico?

Devia ter entrado em 1988 mas já nessa altura metido no meio estudantil por PGAs e especificas repeti 12 ano.

Depois de anos a estudar para Química falho o IST por umas décimas, entrando em contabilidade no ISCAL porque tinha uma amiga que dizia que aquilo dava dinheiro (bem arrependida está) e eles entraram em Janeiro e eu em Maio... Pelo meio havia o SMO [n.d.e: Serviço Militar Obrigatório] que me iria obrigar a fazer Recruta e tinha de entrar faculdade mal sabia que ficaria inapto com capacidade de angariar meios de subsistência


4. …como é que alguém consegue acabar o curso de Contabilidade sem ir parar a uma qualquer ala psiquiátrica?

Nessa altura já andava metido em n projetos tanto a nível social como organização de eventos, pelo que rapidamente estava metido na AE e passados 2 anos na AAL. Muita borga e um grande projeto que criei com 3 amigos meus no Cais do Sodré. O Ágora foi o primeiro emprego a sério.
Só aqui para nós ficaram umas cadeiras por conta de n semanas académicas organizadas
Por outro lado, estive casado 9 anos com uma psicóloga e passei muito entre a faculdade de Psicologia e ISPA…Grandes festas.


5. Para além do Excel, qual é o teu melhor amigo?

Uso na vida profissional e no HT apenas para jogar Máfia, o resto é um mito…De resto um conjunto de bons livros, ainda vinil e um bom copo que hoje em dia raro por causa dos diabetes..
Costumo ter insónias e por isso passo pelo HT para chatear alguém


6. O que me fascina na tua história de vida é que és adolescente na década 80, na ressaca do 25 de abril e passas a tua juventude/tempos de faculdade na Lisboa dos anos 90. Que memórias guardas desses anos? Alguma(s) história(s) épica ou invulgar que nos possas contar?

Lou Reed e Iron Maiden Cascais, 1980 primeiros concertos. Festa Avante 80 a 86. Concerto Coliseu, Shane [n.d.e: Shane McGowan, vocalista dos "The Pogues"] cu para o ar.

Convencer a AeFdul a organizar concerto dos "The Pogues" no Absoluto Lisboa em meados 94/95 para conhecer o Shane que entretanto já não fazia parte…. Ficamos no andar de cima até de manhã na conversa e nos copos.

Semana Caloiro AAL no Jardim do Tabaco com bar aberto no backstage com Irmãos Catita, Kussondulola e Da Weasel e uma névoa no pavilhão..

SAL 94 senão me falha a memória. O ano com uma 6ª feira com nome de Noite das Vacas Loucas com Ágata, Amarguinhas e Ena Pá 2000… A Ágata só conseguiu cantar uma música e as Amarguinhas estiveram para não aparecer quando descobriram o nome.

Falhar concerto Nirvana por não acordar.


7. Durante alguns anos passaste pela experiência de trabalhar perto do poder executivo. Como é que isso correu?

No ano seguinte ao Ágora estava a trabalhar num projeto de candidatura à CML de Lisboa que já sabíamos que não ia correr bem (desde essa altura deixei de ler jornais a sério porque às 6as feiras o nosso assessor pedia um envelope com quinhentinhos e ia almoçar, sendo que nas 2as a desculpa para a má comunicação é que os outros davam mais) e por isso em Março 1998 começo a trabalhar numa empresa de feirantes que eram donos de metade da Feira Popular e da Bracalândia, com um projeto para um parque aquático nas antigas instalações do Aquaparque no Restelo.

Como esse projeto não avançou (vim mais tarde a conhecer uma das responsáveis prima da minha 2ª mulher) e a minha filha nasceu nesse ano em Fevereiro (cancelei os passatempos), um ano depois estava a mudar para o Ministério da Saúde/CNLCS... Responsável pela coordenação financeira, administrativa e informática...

Entre Março de 1999 e Junho de 2005 tive 4 coordenadores e 5 ministros da saúde, resultando dai uma grande instabilidade (RV e contrato a termo ate 01/07/2006), pelo que comuniquei que se até 31/12/2005 não tivesse proposta não ia ficar depois de acabar contrato... porque entretanto tinha passado de comissão (1 chefe) a alto comissariado (1 chefe e 4 subchefes) e ninguém sabia bem como íamos funcionar.

Em janeiro de 2006 comecei a trabalhar fora de horas com um amigo meu que tinha comprado uma farmácia, durando isso até 2 de Julho, data a partir da qual comecei a tempo inteiro... Curiosidades foram o facto de o meu contrato terminar num domingo e o Alto Comissário ter obrigado a ir a uma reunião para eu explicar porque não aparecia desde dia 2 de Julho. Quando percebeu o que tinha acontecido disse para eu voltar umas horas por semana que me pagava o mesmo ordenado…

Nunca mais pensei em algo ligado ao estado


8. Ah e tal, preservativos…Jorge Palma…

Uma das minhas tarefas era fazer concursos para aquisições e nisso incluía comprar 4 ou 5 milhões/ano de Zig-Zag.

Cena do Jorge Palma teve a ver com comemorações Dia Mundial Luta contra A Sida em 2000…
Tudo correu mal na véspera e no dia….

Começou com um temporal na véspera que atirou com um stand para dentro do rio mesmo em frente à pala do Pavilhão de Portugal, a sorte foi ter ido comprar tabaco e passei a tempo de ligar aos tipos da montagem voltar para trás.

E ter de interromper o concerto Delfins à 2ª música porque Fadigas já tinha apanhado esticão. A meio da tarde tivemos que ir buscar o Palma à cama porque ia tocar às 18h… quase foi em pijama


9. Fruto do teu percurso profissional, é impossível não fazer esta pergunta: por conta de outrém, ou por contra própria? O que preferes?


Tenho tido a sorte de na maior parte do tempo trabalhar por conta de outrém mas com o privilégio de autonomia quase total na gestão dos meus tempos. No fundo o melhor de dois mundos.

(continua...)



2022-05-05 00:15:36, 387 views

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